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CAMINHO das PEDRAS ...

DA MINHA LÍNGUA VÊ-SE O MAR. DA MINHA LÍNGUA OUVE-SE O SEU RUMOR, COMO DA DE OUTROS SE OUVIRÁ A FLORESTA OU O SILÊNCIO DO DESERTO. POR ISSO A VOZ DO MAR FOI A NOSSA INQUIETAÇÃO. Vergílio Ferreira

CAMINHO das PEDRAS ...

DA MINHA LÍNGUA VÊ-SE O MAR. DA MINHA LÍNGUA OUVE-SE O SEU RUMOR, COMO DA DE OUTROS SE OUVIRÁ A FLORESTA OU O SILÊNCIO DO DESERTO. POR ISSO A VOZ DO MAR FOI A NOSSA INQUIETAÇÃO. Vergílio Ferreira

15
Jan09

São Jorge Antigo IX - A Luz Eléctrica!


autor CorteVale

 

A inauguração da Luz Eléctrica em São Jorge, ou melhor… em Cebola!
 
 
 Fecho os olhos e ainda hoje revejo o clarão de luz branca que momentaneamente me cegou…
 
Quase toco a nitidez e a luminosidade que invadiu o guarda-loiça, a mesa e as cadeiras que habitavam a nossa sala da casa-de-cima, à Capelinha, quando, à noitinha, o meu pai ascendeu, pela 1ª vez, a mágica LUZ ELÉCTRICA que, ainda por cima, começou a morar num globo branco, que aumentou "milhões de vezes" as respectivas velas... empalidecendo mortalmente o pavio que até aí brilhara na chaminé de vidro do candeeiro de petróleo, que não teve outro remédio senão envergonhar-se e recolher-se num canto escondido da cantareira, donde saía magestoso quando a luz eléctrica se ia abaixo, o que, infelizmente, acontecia com regularidade nos idos anos de 60!...
 
Relembro o "milho zaburro", semeado em caixas da pólvora e deixado a crescer na escuridão das lojas, ao lado das arcas de milho e de mantas e da salgadeira e que, no dia da inauguração da luz em São Jorge, decorou portas e janelas e, quando tocado pelo sol, parecia uma verdadeira seara de oiro ondulante!
 
Só muito mais tarde percebi este efeito tão especial... qualquer planta que seja forçada a crescer privada da luz solar veste-se de um amarelo-dourado, devido à sua falta, tão necessária à clorofila, a roupagem verde das plantas...
 
Aquela torrente de luz funcionou como um murro de estrelas no meu cérebro (teria eu 6 ou 7 anos)  e, provocou, de facto, uma grande transformação em mim... teve um enorme impacto… Aí nasceu a minha primeira vocação… ser electricista e aprender a manusear essa magia escondida nos fios, cujo esplendor tocava tudo o que me rodeava e que aprendi a respeitar depois de uns valentes choques eléctricos!
 
Depois de ter conseguir puxar uma baixada de luz para a ameixoeira que se espreguiçava para cima do telhado da cozinha (nessa altura vivíamos à Capelinha) e experimentados uns valentes choques, especializei-me em voltagens mais reduzidas… Consegui colocar uma pilha de 9 volts e um bico de luz no anexo de madeira - a retrete exterior da nossa casa – que era iluminada sempre que a porta do dito anexo era fechada…
 
Devido a tal feito, considerei-me diplomado e pronto a fazer as minhas próprias instalações eléctricas com voltagens mais sérias... Habitualmente a casa era sacudida por enormes estrondos no quadro-da-luz, demonstrando-me que estava a ser perito em provocar... curto-circuitos!
 
Acredito que a inauguração da luz na nossa terra contribuiu para um aumento significativo do rendimento escolar, pois ainda me lembro do deleite que sentíamos nos serões em que fazíamos os trabalhos escolares e líamos à luz... eléctrica!
 
Lá em casa e nas casas vizinhas, toda a gente em idade escolar queria fazer serão todos os dias... para estudar... parecia tudo muito mais fácil, pois tudo brilhava de forma assombrosa e víamos com nitidez não só os cadernos e livros religiosamente encapados como também toda a sala era um palco de luz, enquanto  que antes - à luz do candeeiro a petróleo -  nos esforçávamos imenso para ler a 20 cm de distância e tudo o resto era escuridão... facilmente os olhos começavam a lacrimejar, o sono invadia-nos e... claro... os trabalhos escolares ficavam a meio!
 
Não me lembro com muita nitidez, mas também o medo do escuro quase desapareceu por completo ou se reduziu imenso... pois a luz eléctrica espantou, de uma acentada, quer as almas do outro mundo, quer a morte vestida de negro e que empunhava aquela brutal foice de lâmina brilhante, quer o homem da saca, quer mesmo os lobisomens que habitualmente viviam nas zonas de penumbra das nossas casas e se projectavam nas paredes sob os efeitos das chamas ondulantes e ténues do lume da chapa, das lamparinas, velas, candeeiros... e outros artefactos equivalentes!
  
De facto, a partir dessa altura estudar era uma brincadeira de crianças...
 
A coragem também aumentou... pois conseguíamos gerar escuridão ou espalhar torrentes de luz de acordo com as nossas conveniências....
 
Dava comigo a fechar a maioria das luzes e a impressionar os meus irmãos e vizinhos mais pequenos, contando-lhes histórias de lobisomens com 3 metros de altura, no mínimo, que ora vinham sozinhos pela penumbra da noite espreitar às vidraças embaciadas da cozinha, ora se faziam acompanhar de algumas almas penadas que gemiam no escuro do corredor e produziam um bafo quente (bafo gélico eu não conseguia produzir...) nos pescoços dos meus aterrados companheiros de fantásticos e fantasmagóricos serões!... O realismo que emprestava à minha simulação era tal que, por vezes, eu próprio me aterrava e sentia um frio na espinha com o realismo que emprestava àquelas teatralidades... e acendia imediatamente as luzes... pudera!
 
Com o tempo e a rotina, a magia da luz eléctrica foi-se perdendo, assim como desapareceram as noites de breu e as escuridões que geravam em nós o pavor e nos levavam a gritar... "fujam que vem lá o medo!"
 
Com a banalização da luz eléctrica o respeito pelo escuro apenas se pressentia nas visitas fugazes ao forro mal iluminado e habitado por ratos que andavam de motoreta ou à enorme loja, onde a miserável luz de vinte velas era esmagada pelas sombras das dornas, das pipas de vinho e das enormes arcas... que encerravam, para além das mantas e do milho, coisas misteriosas e... talvez os lobisomens e as almas penadas e... claro o senhor medo!!!  
 
Os fantasmas que a luz eléctrica matou e os medos que fechou a sete chaves!!!
 
Alguém sabe qual a data exacta em que foi inaugurada a luz eléctrica em São Jorge? Ou melhor, a data em que, na nossa infância, aprendemos a lidar com os medos e em que estudar e fazer os trabalhos da escola era um prazer?!
 
04
Jan09

Quem acode a São Jorge?


autor CorteVale

 

 

São Jorge está a morrer! Quem lhe acode?

 

Não é de agora. Há muitos anos que vemos São Jorge a definhar, a perder o seu fulgor, dinamismo, iniciativas… as gentes são cada vez menos, os idosos predominam e, o mais preocupante, começa a instalar-se uma crença pessimista de que não há nada a fazer, isto é mesmo assim…
Já teve grupos de teatro, uma equipa de futebol prestigiada, um rancho infantil, um club cross, entre outras manifestações culturais de uma comunidade viva…
Os escuteiros parece que estão por um fio… se é que não acabaram já, o Estrela da Serra parece que está em “coma profundo” há bastante tempo…
O espaço museológico não mostra sinais de vida…
Entretanto os monumentos vivos da cultura são-jorgense – as pessoas mais idosas - vão-nos deixando e vai-se apagando e perdendo a essência de São Jorge: a sua CULTURA, os seus hábitos e modos de vida, os seus valores e toda a história que dá sentido e explica porque existe uma Comunidade neste lugar…
Alguém registou a imensa sabedoria sobre chás e mezinhas que a Ti Barata divulgava a todos os que se queixassem de alguma maleita?
As inúmeras histórias e incidentes do salta-e-pilha onde estão narradas?
Alguém deu continuidade ao excelente levantamento e tentativa de interpretação do Códice de São Jorge, realizado há uns bons anos pelo Dr. Júlio César Baptista? (conto voltar a este tema brevemente!).
Muitos dos marcos históricos da vida das Minas foram protagonizados por são-jorgenses… Onde estarão estes factos documentados?
Os saberes sobre as Regadias, a construção comunitária das presas, a partilha de horas de água estarão narrados? Onde?
O quotidiano dos inúmeros moinhos de água estará documentado?
O forno comunitário, as responsabilidades das forneiras, as regras da sua utilização conhecem-se? Quem as descreve?
Os lagares que existiram, o fabrico artesanal do azeite e as famosas couvadas aí confeccionadas farão parte das memórias de quem? Ainda se poderão localizar esses engenhos humanos?
Os pastores, que tão bem tocavam realejo e as suas histórias sobre lobos, animais mágicos, cobrões, sobre as aves de rapina que roubavam cabritos… os lobisomens que apareciam do meio do sapouch!
O ritual da matança do porco que era aliciado para fora do curral com uma cesta a chocalhar milho, acompanhada de expressões carinhosas: “fcá, fcá, fcá ... croch, croch, croch…!
As courelas escombaradas e cavadas  por ranchos de homens e mulheres… as debulhas do milho… os ganhões e os carros de bois a chiarem dos Cabecinhos aos Lameiros!...
Bom, nem tudo estará esquecido ou mesmo perdido e muito poderá ser registado e narrado… depende apenas de nós!
 Registe-se o dinamismo da banda filarmónica e o fulgor das iniciativas da comunidade são-jorgense em Dusseldorf, Alemanha…
Existem ainda actividades e manifestações de cariz religioso em torno da Igreja que ainda vão mostrando algum dinamismo e dedicação, embora a idade média da maioria dos devotos e praticantes deixe adivinhar que, se nada for feito, em breve poderão acontecer rupturas e paragens nestas actividades…
A Sagrada Família ainda é visita regular das nossas casas, os altifalantes da Igreja ainda ecoam as liturgias, o sino da igreja ainda vai dando horas mais ou menos certas, o que revela vida e crença!
A fogueira do Natal esteve à Eira e terá sobrevivido alguns dias, embora tenha perdido o fulgor de antanho em que – contam os mais velhos – durava até aos Reis??!!!
O ligeiro nevão que nos visitou deixou-a (à fogueira de Natal) neste mísero estado… embora já tivesse perdido as brasas há algum tempo e as chamas terão sido mesmo breves…
Felizmente que a Banda Filarmónica continua a pulsar… apesar das dificuldades!
Entre o Natal e o Ano Novo – pelos dias do nevão em São Jorge – tive oportunidade de ouvi-la em tarde carregada pelo “sapouch” que cobria boa parte de São Jorge e, presumo que em ensaio, até o “parabéns a você” saiu bem afinado e em aceleração final, como é usual fazer-se nas ditas comemorações.
À(o) aniversariante os meus votos para que continue a demonstrar ao vivo a sua cultura musical. São Jorge bem precisado está!
Também o Clube lá vai funcionando como um espaço de convívio e, de facto, as tardes de sábado e domingo ainda se apresentam com algum calor humano, visível nas cavaqueiras à entrada do Clube e nas partidas de sueca, no seu interior, habitualmente inspiradas em rodadas que devem ser pagas pelos menos dotados nas cartas… ficando habitualmente a consolação: “azar às cartas… sorte no amor!”
E, claro, o Centro de Solidariedade Social que, enquanto principal empregador (?) de São Jorge e prestador de cuidados sociais e de proximidade, assegura qualidade de vida e bem-estar a um número cada vez maior de são-jorgenses!
 
Mas, sente-se que São Jorge está a morrer…
 
Nesta quadra natalícia e por duas noites consecutivas, entre as 21h e as 24h estuguei o passo, pisei a neve, respirei de modo ofegante, aqueci os pés e apreciei luzes e sombras da grande maioria das ruas, quelhas e escadarias de São Jorge…
Confesso que, salvo à porta do Clube, à Cruz-da-Rua (junto ao café do Peixoto) e à Ponte, não tive o privilégio de sentir o calor de vozes são-jorgenses…
De facto, em todas as restantes ruas, quelhas e escadarias, fosse ao Quintal, no Adro da Igreja, ao Passadiço, à Eira, ao Rodeio, ao Pombal, aos Torgais, à Costa, aos Cabecinhos, à Amoreira, ao Terreiro, nada se ouvia a não ser a chuva e o ranger dos meus sapatos, ora na neve, ora na calçada… acho que só me cruzei com uma pessoa, quando descansava por momentos nas alminhas da Capelinha, local onde relembrei emoções e imagens de quando teria 2 a 3 anos e ouvia histórias ao colo do meu bisavô!
Várias vezes passei junto da casa de pedra onde está instalada a  “Associação da Juventude Sãojorgense”, em frente da loja da Ti Silvina, e aí abrandava o passo, punha o ouvido à escuta e tentava ver algum sinal para lá da janela, onde umas luzinhas de Natal piscavam uma pálida luz, quase envergonhada, tentando dizer-me…  “olha que aqui não há ninguém…”
 
Mas da última vez que por lá passei, já tinham batido as onze da noite no sino da Igreja, e depois de não sentir vivalma e estando quase a dobrar a esquina , em frente à casa da família dos Coelho, ouvi uma voz jovem e acolhedora que, vinda da Associação da Juventude Sãojorgense me chamou…
- Olá, boa noite. Não quer entrar? Venha aquecer-se ao pé de nós e falar um pouco da nossa Aldeia!...
Admirado, pois ao passar não tinha pressentido vivalma, virei-me e vi um jovem são-jorgense que respirava alegria e de mãos abertas me convidava a entrar…
- Obrigado. Aceito. Quase a correr voltei atrás e subi as escadas que antecedem a porta de carvalho antigo (?) que guarda a AJS!
Cumprimentei o jovem simpático que me acolheu para o interior da casa e reconheci nele traços de um amigo de infância que partilhou comigo a carteira da escola da Ponte!
A sala, embora modesta e pequena, acolhia mais de uma dezena de jovens; uns consultavam a Net, em 2 PC, enquanto os restantes se distribuíam por 2 pequenas mesas redondas, onde 4 jogavam às cartas e outros consultavam revistas e desdobráveis, parecendo estarem a programar actividades culturais…
Exactamente no meio da sala uma salamandra redonda irradiava um calor acolhedor.
O meu jovem cicerone passou a apresentar-me aos presentes e a explicar-me as actividades da AJS…
- Aqui funciona o “Canto dos Roteiros”, isto é, agendamos e realizamos visitas guiadas às memórias da nossa Aldeia; temos em programação cerca de 20 passeios por São Jorge, uns curtos, dentro da própria aldeia… Tá a ver os prospectos? …  E visitamos vários locais com significado, onde descrevemos o que já lá funcionou, as pessoas que lá habitaram, as actividades que se realizaram lá… Em todos os passeios procuramos que as pessoas mais antigas e mais conhecedoras possam testemunhar as suas vivências.
- Por exemplo, temos o passeio aos largos (Eira, Adro, Cruz-da-Rua, Amoreira, Passadiço, Terreiro, Quintal e Rodeio); é um passeio de 2h e destina-se especialmente aos filhos dos nossos emigrantes.
- Temos outros passeios temáticos; por exemplo, o passeio às regadias, minas e presas, dura 5h e é de dificuldade média; temos o passeio aos moinhos de água e lagares, dura 6h e é mais duro, pois começamos nos Cambões.
- Temos o roteiro dos mineiros, que são 2 passeios de dificuldade elevada, durando um 6 horas e o outro 10h, pois um começa nas Meãs e o outro termina na Covanca e que ilustram o quotidiano dos nossos mineiros a irem para o Vale de Ermida, para a Panasqueira e para a Barroca Grande.
- Temos o roteiro dos cereais, também de elevada dificuldade, pois visitamos todos os locais agrícolas onde se semeava milho e centeio.
- Temos alguns passeios mistos, por exemplo este desdobrável explica 2 roteiros do observador de aves e animais selvagens: um começa na Eira, Cortevale, Barreira Branca, Vale dos Coelhos e Betouril, Aradas, Aldeia das Aradas, Meães, Coimbrão, Portela, Quebrada, Seixo, Mina da Selada, Fraga do Penico, Fontanheira e termina no Pombal; o outro ainda é mais longo e duro pois é a clássica ida ao Picoto, pela Portela e regresso pela Fonte Fria e capela de Santa Bárbara.
- Temos ainda passeios às Minas, organizadas com a máxima segurança; estamos a planear o roteiro das Torvas, com a presença de um espeleologista e de um técnico de segurança e este passeio não pode ter mais de 6 participantes…
- Aqui funciona o “Canto do Teatro & Espectáculos” e temos programado vários teatros de rua, com a participação de associações teatrais do nosso concelho. Estamos a reactivar o rancho folclórico, num misto de grupo de cantares e de instrumentos de corda… Vamos amanhã cantar as janeiras!
- Deste lado temos um misto de pequena biblioteca & São Jorge em Imagens com muitas publicações que nos interessam e também um conjunto de escritos, imagens e publicações sobre São Jorge. Pensamos realizar uma exposição fotográfica e de objectos tradicionais, apoiados em colóquios e debates no próximo verão, aproveitando a presença dos nossos emigrantes. Vamos depois publicar no nosso site e em papel uma obra sobre a história e a cultura de São Jorge.
- Temos ainda aqui o “Canto do futuro” onde imaginamos coisas boas que podem acontecer em São Jorge, para além de ideias e projectos que podem ser de turismo ambiental, estamos a programar actividades para as escolas do nosso concelho e estamos a trabalhar com várias entidades, incluindo uma universidade, etc. Ainda são segredo, por isso não lhe posso dar mais detalhes!...
 
- Fico surpreendido com tantas ideias e iniciativas, retorqui-lhe, não escondendo algum embargo na voz… Embora esteja fora, também me disponibilizo para apoiar e participar, caso…
- Precisamos mesmo do apoio de todos os são-jorgenses, atalhou o jovem dinamizador de alguns projectos da AJS… Ao convidá-lo a visitar-nos, não escondo, foi também essa a nossa motivação…  Queremos contar consigo!
Deixados os meus contactos e identificadas algumas necessidades onde eu poderei ajudar, despedi-me… Antes de abrir a porta, olhei para trás e senti uma enorme alegria por ver todo aquele dinamismo… Numa noite de inverno 12 jovens estavam a assegurar o futuro de São Jorge…
De facto, o título desta crónica deveria ser “ São Jorge está a construir o seu futuro…”
 A realidade crua e dura…
No meio da rua, ouvindo bater a meia-noite, com farrapos de neve a pesarem-me no guarda-chuva e olhando para a loja que foi da Ti Silvina, senti o frio da noite e… repentinamente… virei-me e vi as escadas que dão acesso à AJS cheias de neve imaculada, sem qualquer rasto… Levantei os olhos e o silêncio era total… a AJS estava fria, fechada e lá dentro não se sentia o pulsar de ninguém… nem mesmo as pálidas luzinhas de Natal da véspera espreitaram à janela!
Que pena… Esta visita à AJS não passou de um sonho!!!

 

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