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CAMINHO das PEDRAS ...

DA MINHA LÍNGUA VÊ-SE O MAR. DA MINHA LÍNGUA OUVE-SE O SEU RUMOR, COMO DA DE OUTROS SE OUVIRÁ A FLORESTA OU O SILÊNCIO DO DESERTO. POR ISSO A VOZ DO MAR FOI A NOSSA INQUIETAÇÃO. Vergílio Ferreira

CAMINHO das PEDRAS ...

DA MINHA LÍNGUA VÊ-SE O MAR. DA MINHA LÍNGUA OUVE-SE O SEU RUMOR, COMO DA DE OUTROS SE OUVIRÁ A FLORESTA OU O SILÊNCIO DO DESERTO. POR ISSO A VOZ DO MAR FOI A NOSSA INQUIETAÇÃO. Vergílio Ferreira

17
Fev09

Ilustres São-jorgenses


CorteVale

 

Um grande Homem de Cebola
 
Chama-se Albertino por uma razão especial.
Podia chamar-se Augusto ou Manuel, ou mesmo Joaquim ou…
 
 
Tinha mesmo que parar!
 
Os pulmões pareciam que iam rebentar a todo o momento.
Albertino arfava descontroladamente a subir a vereda empinada para o Vale-de-Ermida…
 
Sentou-se numa pedra fria já perto da boca da mina, onde já dava o sol matinal daquele domingo gelado dum inverno duro, nos idos anos de 61!
 
- Maldita sorte, murmurou Albertino… A caminho dos 41 e já se sentia corroído pela maldita silicose…
 
Com cuidado e afecto, poisou o cabrito que trazia como um cachecol à volta do pescoço, afagou-o e protegeu-o do frio, metendo-o na saca que tirou do bolso do casaco de ganga azul e aconchegou-o no seu colo.
Do outro bolso tirou a onça de tabaco e começou a enrolar um cigarro, enquanto apreciava a vista parcial que tinha de Cebola… Dali via o Pombal, o Rodeio, a Capela, uma nesga do Povo e claro os Torgais…
 
Saíra de casa ainda não tinham dado as 6 da manhã no sino da Igreja e já tinha andado quase 1 hora… Saiu ainda estava bem escuro, pois ninguém precisava de saber aonde ia… mas a geada era muita… teve que ter muito cuidado a descer ao Cascalhal, onde havia degraus cheios de gelo; também ao subir a canada do Ribeiro-do-Souto todos os cuidados foram poucos… ainda lhe soava o barulho característico das suas botas cardadas a pisarem a terra encramelada, ao passar junto aos pinheiros da Abesseira…
 
Passada a barreira branca teve que começar a ter cuidado com os desmontes, as torvas, as pequenas minas e as trincheiras abertas pelo pessoal do salta-e-pilha… onde também trabalhavam as suas irmãs e o irmão dispensado da Mina!
 
Apesar de tudo Albertino considerava-se um homem com sorte… tinha escapada à lista dos dispensados das Minas, pois continuavam a considerá-lo um mineiro de primeira!
 
Teve que concentrar-se ao passar pela Fraga Alta, pois aí o gelo estava bem mais perigoso e um tombo daquelas alturas era morte certa!
 
O pior era a maldita silicose, pensou ele!
 
Já com a respiração mais calma e com o cigarro a meio lembrou-se da tristeza que estariam a sentir os seus filhos mais novos… A mulher bem lhe disse às 4 da manhã…
- É melhor levantares-te já, Albertino… a ver se as cachopas não dão conta que levas o cabrito da Charentita… senão é uma choradeira.
 
Depois da dejua, por volta de cinco e meia, Maria meteu-lhe uma bucha no bornal que o acompanhava sempre que saía por umas horas; Albertino foi espreitar o quarto das 4 cachopas que dormiam sossegadas, duas para a cabeceira e duas para os pés da cama e no quarto de baixo, ao lado da loja os 3 cachopos, mais velhos, também estavam ferrados a dormir!...
Dois já trabalhavam na Correia e era do futuro deles que era preciso ir tratar! Seria bem-bom que o Sr. Engenheiro os conseguisse puxar para a Carpintaria ou para a Oficina… o mais velho até se ajeitava bem com as coisas da luz eléctrica!
 
Queira Deus que se livrem da Silicose! Murmurava enquanto olhava a serra do Picoto esbranquiçada e mordiscava o cigarro que lhe queimava a garganta sempre que dava uma fumaça!
 
Pois. Era por causa da Mina que ia esta manhã friorenta a caminho da Barroca Grande!...
 
Evitou passar à boca da galeria para não ser visto pelo guarda e estugou o passo já no estradão mais plano. Queria ver se ainda conseguia regressar a tempo da missa das 11, pois também não queria dar explicações a ninguém…
 
A parte mais difícil já estava!
 
O cabrito pressentia que tudo ia ser diferente e ao Albertino doía o coração sempre que sentia os seus gemidos misturados com o hálito quente que lhe aquecia o pescoço.
 
Ainda experimentou a dúvida… ainda hesitou e esteve a um passo de voltar para trás, mas a dureza da vida e o futuro dos cachopos plantava-se-lhe ali à frente… Estas dúvidas dissiparam-se quando, subitamente, começou a ver, lá em baixo, o aterro da Barroca Grande e a Lavaria à esquerda, enquanto que o Hospital das Minas lá estava ao fundo à direita da estrada... Também as carreiras com as pequeninas casas dos mineiros à esquerda da estrada e… ironia das ironias a Capela ficava do outro lado da estrada, do mesmo lado das vivendas do staff, assim como o Escritórios das Minas, onde semanalmente ia receber a jorna de 90 escudos, num envelope que cuidadosamente guardava no bolso interior da jaqueta de trabalho e entregava religiosament à sua Maria, mal chegava a casa, ao fim do dia… Como a estrada serpenteava pela encosta abaixo e separava dois mundos bem diferentes!
 
Albertino afastou estes pensamentos desestabilizadores; problemas já tinha de sobra… as 8 bocas lá de casa não permitiam grandes ousadias!
 
Evitou a estrada, optou pela vereda que passava por trás dos Escritórios das Minas e embrenhou-se por entre sebes, ciprestes e árvores de grande porte que ladeavam e escondiam as vivendas dos Senhores Engenheiros… Por voltas do campo de ténis viu que ainda era cedo – oito menos um quarto – e resolveu esperar uns minutos mais… até às 8, oito e picos! Com o lenço vermelho enxugou os suores frios que lhe humedeciam o cabelo e o pescoço, ajeitou a gorra, vincou o casaco de ganga azul, limpou as botas cardadas numas ervas que cresciam mesmo junto à sebe, acalmou o cabrito e voltou a resguardá-lo na saca…
 
Enrolou mais um cigarro e puxou umas boas fumaças mesmo atrás da sebe que escondia a casa do Sr. Engenheiro.
 
 Timidamente espreitou por cima da sebe e pareceu-lhe ver o Sr. Engenheiro a terminar o seu pequeno almoço e a ler o jornal na sala de estar da casa, ao lado de uma acolhedora lareira, onde crepitava um lume acolhedor…
 
Albertino acabou o cigarro, esperou mais uns minutos, ganhou coragem e depois de respirar fundo e voltar a ajeitar a gorra dirigiu-se à porta da casa e, antes de bater, deixou a saca com o cabrito a uns metros, mesmo atrás de um canteiro e… tocou a campainha.
 
A porta abriu-se e uma empregada elegante, num bonito avental imaculadamente branco, com um peitilho cheio de rendas azuis e de olhar penetrante inquiriu…
- Bom dia, que deseja?
- Bom dia menina, desculpe-me bater tão cedo, retorquiu o Albertino. O Sr. Engenheiro está? Queria dar-lhe uma palavrinha, se faz favor…
A zelosa empregada, vendo-o de mãos a abanar, reagiu de imediato…
- Não, não está.  Com sua licença… E fechou-lhe a porta na cara.
 
Albertino ficou surpreso! Saiu para o pátio, pegou na saca com o cabrito e regressou para trás da sebe e voltou a espreitar a sala e confirmou que o Sr. Engenheiro já tinha acabado de comer e continuava a ler o jornal, agora sentado num sofá mesmo ao lado da lareira…
Deixou passar uns bons 15 minutos e voltou a fazer tudo como dantes; escondeu o cabrito, ajeitou a gorra, esticou o casaco de ganga azul, limpou as botas e voltou a bater à porta…
A empregada com pouca elegância respondeu-lhe com alguma aspereza, depois de o ver de mãos vazias, que o Sr. Engenheiro não estava!!!
 
Albertino não queria crer no que via e ouvia… sem deixar fechar a porta pegou na saca e apertou com força o pescoço do cabrito; este berrou, ouvindo-se um prolongado e altíssimo mééééééééé!!!
 
De imediato se ouviu a voz do Sr. Engenheiro:
- Entre! Entre. E dirigiu-se para a porta, convidando Albertino a entrar!
- Entre, se faz favor….
 
Oferecido o cabrito, uma prenda dos cachopos que trabalhavam na Lavaria e conseguida a promessa do Sr. Engenheiro de que iria fazer os possíveis pelo futuro dos cachopos, e que era capaz de arranjar umas vagas na Oficina e encaixá-los lá, Albertino desculpou-se por ter incomodado e despediu-se, prometendo um presunto, o paio do porco e umas chouriças de lombo lá para o Carnaval…
 
Estugou o passo estrada acima, pois já tinham batido as 9 horas havia um bom bocado…
 
No caminho, ainda teve tempo para meter qualquer coisa na boca… a bucha que a mulher lhe meteu no bornal soube-lhe que nem ginjas… meia morcela com uma boa fatia de broa e a acompanhar duas boas goladas da bota de vinho…
 
Quando descia a canada para o Ribeiro-do-Souto tocou à missa, eram dez e meia… ainda conseguia chegar a tempo da missa das 11!   
 
   
Depois da missa e já à mesa para o almoço de domingo, a duas semanas do Natal de 61,  Albertino teve de reconfortar as filhas magoadas e cheias de saudades e com pena do cabrito da Charentita, que iria certamente preencher uma das refeições do Sr. Engenheiro, enquanto que as 9 bocas da casa do Albertino depois de uma malga de sopa das couves com feijões, começavam agora o segundo, uma grande travessa de barro com o enxume das couves e feijões, regadas com azeite e 3 bocados de entremeada…
 
Os 9 rostos desta família aproximaram-se, agradeceram a Deus este almoço, fecharam-se num círculo apertado e de furchetes e colheres em punho, e com fatias de broa de milho na outra mão atacaram alegremente as couves com feijões fumegantes…   
 
 Albertino olhou para a sua família humilde, mas momentaneamente feliz… experimentou uma sensação de paz interior, pois começou a acreditar que os seus filhos não iriam apanhar silicose!
 
04
Fev09

Histórias de São-jorgenses I


CorteVale

 

Um São-jorgense com Assinatura!


Devo-lhe esta crónica!
 
Propositadamente não revelarei o seu nome. Pouco importará. Também não acredito que ele se importe!
Falo de um São-jorgense que me marcou e com quem tive o privilégio de partilhar ideias, reflexões e me tocou pela sua humildade, paciência, capacidade de ouvir e sabedoria nas perguntas profundas e inteligentes que tão bem sabia colocar.
Ainda recordo a sua voz coloquial, bem colocada, usando as palavras precisas, quase imbatível nos diálogos e combate de ideias… ora usando um tom irónico, ora se socorrendo da lógica ou das questões penetrantes e profundas com que desenvolvia uma argumentação fundamentada, nada arreigada a crenças e… acima de tudo, não usando, nem abusando do seu estatuto de “mais velho” e de senhor duma cultura imensa!
O seu olhar vivo e penetrante, acompanhado pelo tom alegre e provocador que emprestava às questões e argumentos com que me interpelava constituíam um imenso desafio que não podia deixar de aceitar durante as férias grandes e pela fresca, depois das tórridas tardes de verão que arrasavam São Jorge!
Anos 70 e anos 80, pelo verão este ilustre são-jorgense vinha carregar baterias à nossa aldeia, descansando das suas lides eborenses… Desconheço pormenores da sua actividade e ele próprio era muito parco nos comentários sobre os seus afazeres profissionais e evitava falar disso, desviando elegantemente a conversa,  quer nas cavaqueiras no Sorna, quer nestes passeios que dávamos à tardinha!...
Mesmo nas discussões sobre autores latinos e cultura romana não invocava quaisquer estatutos, não puxava de galões, nem me lembro de alguma vez ter invocado as suas credenciais e estudos realizados; só muitos anos mais tarde me apercebi de que nestes passeios eu questionava e tentava explorar contradições de um eminente latinista e paleógrafo, pois foi co-autor da famosíssima tradução da legenda latina e sua localização no Novo Testamento!
Pouco importa que tenham dado o seu nome a uma modesta rua nos arredores de Évora, cidade onde viveu grande parte da sua vida…
Tento imaginar os passeios que daria em Roma, nas proximidades do Vaticano, já que foi aluno e trabalhou no Pontifício Colégio Português, sito na Via Nicoló V, a dois passos da Basílica de São Pedro.
 
Também o imagino a observar casais apaixonados junto à Fontana di Trevi e acredito piamente que passaria horas deleitado a observar os relevos históricos da epopeia narrada na famosíssima Coluna de Trajano!...
Certamente teve acesso às catacumbas da Basílica do Vaticano, onde estão sepultados os Papas e terá sido tocado por uma paz interior especial quando em presença do humilde sarcófago de São Pedro, iluminado por luz ténue, logo após os degraus em caracol que se iniciam na porta discreta, situada no piso principal da Basílica, mas disfarçada na enorme coluna de mármore que se ergue quase a meio, em frente e à esquerda de quem entra neste enorme espaço sacro.
Terá ainda contemplado a soberba La  Pietá de Miguel Ângelo que repousa à entrada, do lado direito da Basílica… o sofrimento real duma mãe impotente com o filho morto ao colo!  
Este São-jorgense sabia ouvir e era mestre a colocar questões que testavam a nossa segurança e argumentos, sem nunca menorizar o meu raciocínio ingénuo e idealista que, naqueles tempos, povoava a maioria das mentes inquietas dos jovens São-jorgenses!....     
As conversas estimulantes sobre filosofia e psicologia e sobre as pequenas coisas da vida e do nosso quotidiano conturbado dos anos setenta alimentavam quer longas conversas à cruz-da-rua, quer os diálogos que enchiam de prazer os passeios que fazíamos até à ponte, à capela e às eiras-das-casas…
Nos anos 80, mais concretamente entre finais de 86 e princípios de 87, assinou 7 crónicas em “O Mineiro” sobre São Jorge.
Tive acesso a estas publicações porque o meu pai as recortou e guardou religiosamente em álbum próprio; mais abaixo reproduzo imagens de algumas destas crónicas que merecem ser destacadas e apresentadas na mostra fotográfica que se pretende realizar brevemente em São Jorge!!!
Trata-se de informação histórica muito preciosa sobre a vida, os habitantes e os costumes de São Jorge Antigo que importa conhecer, divulgar e tentar preservar.
Vejamos uma síntese de cada uma das 7 crónicas publicadas por este São-jorgense que pesquisou e interpretou os registos, anotações e descrições constantes num livro muito especial, de enorme valor, e guardado na nossa Igreja Paroquial - O CÓDICE DE CEBOLA.
Crónica I - São jorge da Beira - Um Códice de Aldeia 

 

 
uma imagem de qualidade modesta do Códice de São Jorge, que começou a ser organizado em 1762 e é composto, segundo a narrativa deste São-jorgense, por 150 folhas, de grande formato, laboriosamente anotadas pelos párocos que serviram na nossa Aldeia....

 
Crónica II - Matrizes e Filiais - Antes de ser paróquia Cebola pertenceu outras paróquias... com histórias bem curiosas!!! 

 
Crónica III - As iniciativas e incidentes que conduziram à Criação da Paróquia em Cebola...

 
Crónica IV - Detalhes  e pormenores sobre a autorização histórica da Rainha D. Maria I para a construção da Igreja (velha) e curiosidades sobre a Igreja Nova...

 
... foi demorada a construção da Igreja em Cebola... difíceis eram os tempos!

 
Crónica V - A vida dos Curas e as dificuldades em angariar sustento...

 
Crónica VI - Usos e Costumes relativos às liturgias e rituais religiosos... muitos são os detalhes!

 
Crónica VII - Pormenores da diocese e visitações dos bispos a Cebola... com referências às invasões francesas!!!

 

 Esta preciosa pesquisa, realizada por este ilustre São-jorgense, poderia ser transcrita e apresentada na mostra fotográfica, a realizar (espera-se) a breve prazo... Seria interessante que alguém com tempo e conhecimentos pudesse aceder ao CÓDICE e aprofundasse esta investigação, pois o nosso interessante conterrâneo lamenta, por vezes, não ter tido o tempo suficiente para uma análise e interpretação mais profundas...

 

Haverá alguém que aceite este Repto? Continuar esta valiosíssima Pesquisa sobre o nosso passado comum? 

 

(Re)Vejo a face alegre e os olhos brilhantes deste sábio São-jorgense que certamente ficará entusiasmado se alguém continuar o seu trabalho.

 

Quem aceita este Legado?

 

 

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